Um homem vai até o ponto central da praça, de maneira cabisbaixa, e coloca uma cesta no chão. Senta-se em frente da cesta e a encara demonstrando estar pensativo, decai a cabeça até as pernas de maneira chateada. Levanta a cabeça com uma faísca de esperança, como quem entrega o melhor de si. Tira alguns objetos de dentro da cesta, dentre elas um figurino, dedica um tempo a preparar sua aparência e organizar tais objetos, como uma placa escrito “vendo”.
Com uma bolinha nas mãos, ousa brincar com os desequilíbrios do corpo e do próprio ser no espaço, com o auxílio de uma música que toca ao fundo, cria movimentos ritmados. Arrisca ainda a desenvolver movimentos, que desafiam a gravidade, com sua cesta. Ao fim da sua feliz demonstração de concentração e entrega, agradece, se abaixando, a aqueles que prestigiaram e se dispuseram a interagir de alguma maneira com a sua estadia naquele local.
Levanta a cabeça esperançoso. Direciona seu olhar a um chapéu que deixou posicionado a frente, como quem procura algo, percebe não ter atingido as expectativas que buscava. Senta-se novamente desmotivado, guarda suas coisas e se envolve em um “casulo”.